Camminata solitaria da Monaco di Baviera a Verona 2021 Festeggiando 61 anni di gemellaggio
Dia 05 – O encontro com os Alpes e a Hospitalidade dos bavareses.

Dia 05 – O encontro com os Alpes e a Hospitalidade dos bavareses.

Dia 05 – O encontro com os Alpes e a Hospitalidade dos bavareses.

A caminhada começou muito bem, estou indo no meu ritmo tranquilo, fui de Weilheim e vou para  Eschenlohe  parei em uma cidade chamada Polling, que está a 7 km de Weilheim. A viagem de hoje iniciou de forma muito interessante, pois comecei a ver paisagens maravilhosas, consigo ver os Alpes e imagino o caminho que farei para subir até eles. A cada dia, vejo um cenário diferente – de repente estou num bosque, depois entro em uma charmosa cidade, depois os lagos, agora os alpes… Sem dúvidas, estou no lugar certo, na hora certa! Essa tem sido uma experiência fantástica!

Durante a caminhada, gosto de olhar para trás e quando vejo que ainda consigo enxergar a torre da igreja de longe, sinto que caminhei pouco. O que me deixa satisfeita é olhar para trás e não ver mais a torre, para que eu sinta que estou avançando no caminho.

Até agora não tenho a companhia de nenhum lago e nem de um rio bonito, mas estou caminhando com a paisagem indescritível dos Alpes. Nesse momento, só posso apreciar, tirar uma foto e agradecer. Nesse trajeto já consigo sentir o vento frio vindo dos Alpes, será esse friozinho e a linda vista que me acompanharão durante o dia de caminhada.

Sinto como se eu estivesse caminhando dentro de um quadro, de tão lindo.

A paisagem de hoje é de tirar o fôlego!! Para todos os lados que olho, sou testemunha de um sentimento que me faz pensar: “Quão grande é o universo, quão grande é Deus!”. Somos tão pequenos diante de tanta grandeza. Às vezes, pensamos que o que conta é a posição social, as pessoas, o trabalho, quem a sociedade diz que merece honra, mas é de frente a uma paisagem como essa que consigo enxergar o quanto somos pequenos e frágeis. O que realmente importa está bem diante dos meus olhos!

Para completar a minha missão de chegar até Verona, estou fazendo o percurso da Via Augusta, estrada romana que liga Munique até Veneza. Estou pisando, literalmente, no pedaço de história, da época do Império Romano. Essa estrada foi construída há aproximadamente 2.000 anos para ligar o centro do Império às ricas províncias no norte, através dos Alpes. Ela se estende por cerca de 560 quilômetros, partindo das margens do Mar Adriático, acompanhando o vale do Rio Pó e seguindo até o Danúbio, do outro lado dos Alpes, na Itália. E eu estou aqui! Pronta para viver e registrar esses instantes, que, para mim, é um privilégio muito grande viver momentos tão lindos como esse.

Todas as pessoas que encontro estão prontas para dar um sorriso. Mas será que são elas que estão prontas para dar um sorriso ou eu estou pronta para recebê-lo?

Encontrei um casal muito simpático, o austríaco Thomas e a bavares Beatriz, que, ao me verem com a mochila nas costas, me perguntaram sobre a minha história. Contei toda a minha jornada até aqui, falei sobre a comemoração do gamellaggio entre Verona e Munique e o meu objetivo de levar as pessoas, mesmo que em casa, em uma viagem com lindas paisagens, conhecimento e cultura. Contei também sobre o presente que levei de Verona para Munique e, em nossa conversa, recebi uma energia maravilhosa desse querido casal, sem dúvidas, eles alegraram o meu caminho. Outra surpresa agradável do dia foi conhecer um senhor chamado Anton, que ama o Veneto e que me recebeu com um largo sorriso ao ver a bandeira de Verona.

Em uma transmissão ao vivo, que fiz em minha página do Facebook, contei que quando ando muitos quilômetros, sem ter um roteiro específico para chegar às minhas etapas diárias, minha escolha do percurso é condicionada por preferências simples, basicamente ligadas ao que me parece menos cansativo e mais simples. Acontece que, muitas vezes, me desvio do caminho que estou percorrendo porque sou atraída por um caminho em declive, ou pela visão de uma bela paisagem ou pela simples crença sem sentido de que, mudando, posso alcançar meu objetivo mais cedo e com menos esforço.

Que grande lição de vida !

Você não imagina quantas vezes, seguindo essas crenças, eu aumentei minha jornada. Em algumas vezes, até mais de dez quilômetros.

Ah sim, é assim mesmo na vida, principalmente nos momentos mais difíceis. O que agora chamo de “miragens” se apresenta a nós com uma certa frequência… o caminho mais curto, aparentemente mais confortável, parece até uma oportunidade que não podemos perder! Daqueles que são como o trem para ser pego na mosca porque não passa duas vezes …

Você não sabe quantos quilômetros extras essas “miragens” me custam.

É assim também na vida, quando, nos momentos de dificuldade. Queremos, a todo custo, encontrar o caminho para contornar o obstáculo, aquele que nos faz alcançar a meta com menos esforço, aquele que aparentemente é uma descida. Infelizmente, quando a vida nos coloca diante de obstáculos ou escolhas não podemos dar atenção às “miragens”, temos que seguir adiante no caminho, que parece certo ainda que mais cansativo … e se temos que fazer escolhas que podem nos fazer sofrer no momento, saiba que elas sempre serão recompensados com juros.

Pense que reflexão pode surgir simplesmente de escolher um caminho errado!

Bem, na verdade, os filósofos gregos faziam exatamente isso, meditavam em coisas simples, para explicar a complexidade da existência! Não estou me tornando um filósofo!? Ahahah, não tenha medo, não estou delirando, sou e sempre serei a sua Jesu, uma caminhante improvisada nos caminhos da vida…! 

É interessante tudo o que está acontecendo nessa viagem, no início do dia, estava enxergando os Alpes de longe, numa viagem tranquila e agora estou aos pés da montanha, caminhando por entre elas, quase consigo alcançar uma montanha com minhas mãos. No entanto, não esperava viver emoções tão fortes…

Já ultrapassa as oito horas da noite e, durante o dia, eu  me perdi, andei mais que o esperado, chorei, compartilhei em live tudo o que estava sentindo e quase desisti de continuar. As dificuldades da vida levam-nos a querer parar com tudo, assim foi o final da caminhada de hoje. Um caminho que começou tranquilo, mas, que nos últimos 10 quilômetros, mudou todo o meu ânimo, vivi momentos bem intensos. Tive a sensação que seria engolida pela estrada e pela tristeza que passou a me acompanhar na conclusão do caminho de hoje.

Todos os quilômetros superados hoje simbolizam uma vitória pessoal, pois eu não sou uma caminhante profissional, não planejo todo o percurso que vou seguir. Na maior parte do tempo, eu sigo meu instinto, sem olhar o mapa antes e para eu fazer uma caminhada desse nível é uma batalha, espero que em breve eu possa comemorar a vitória com todos vocês que tem me apoiado e acompanhado essa jornada de força, fé e superação.

Amanhã será um grande dia, pois será meu último dia em terras alemãs, chegarei na última cidade da Alemanha para encontrar a Áustria e atravessar a fronteira de carro. A estrada continua e por hoje eu vou descansar e me preparar para o que há de vir.

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